Anjo negro
Naquela estrada Vermelha eis que surge um anjo caminhando com passos fúnebres uma marcha cinza.
Seus cabelos negros são penteados pelo vento sangrento.
Pobre anjo, suas asas podres o abandonam pela fadiga.
Não respire o ar dos vivos inocentes que de amor chegam ao sufoco.
Pobre anjo que de morte se alimenta a alma.
Vive eternamente a vida de outro.
Sabendo que de morte já basta o seu nome de casta.
Perdida no mundo dos homens se enche de sofrimento.
Oh... Pobre anjo. Não juntarás seus lábios em uma vida.
Não poderás amar aquele que poderás definhar em oferenda ao seu anseio.
Aprisionada entre o selo do castigo e o cadeado da miséria.
Para talvez viver em paz com o mundo.
Sabendo que poderá trazer o caos a vida.
Mais uma vez andarás em um caminho vermelho.
Sem lembrar da própria consciência.