O Dia Certo

Morrer eu, um certo dia, irei

Desconheço o momento exato

Mas a certeza é veraz, eu sei:

Não ha vaidade neste contrato.

Na hora que for, serei coeso,

Sem sal, nem vinagre à gosto,

Quero por este momento ileso,

Indefeso e imune de desgosto.

O meu convulsionador dilema

Entre viver e a hora da viagem

É dialogar com a irá selvagem

No vazio e este aziado tema.

Estes quartetos me compensam

Enquanto o tempo não abraça

Na hora certa me dispensam

Por ora, da morte, não sou caça.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 23/12/2015
Código do texto: T5488690
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