O Dia Certo
Morrer eu, um certo dia, irei
Desconheço o momento exato
Mas a certeza é veraz, eu sei:
Não ha vaidade neste contrato.
Na hora que for, serei coeso,
Sem sal, nem vinagre à gosto,
Quero por este momento ileso,
Indefeso e imune de desgosto.
O meu convulsionador dilema
Entre viver e a hora da viagem
É dialogar com a irá selvagem
No vazio e este aziado tema.
Estes quartetos me compensam
Enquanto o tempo não abraça
Na hora certa me dispensam
Por ora, da morte, não sou caça.