Caçador de Demônios

Escondo-me da luz

Pois este é meu castigo por amar a escuridão

Exilada, me escondo em cavernas mergulhadas em negrume

Distante dos anseios levianos da humanidade

Hoje desejo sangue, não desejo redenção

Mas, tu, caçador de olhos sagazes

Encontraste-me uma vez mais

Experiente em suas décadas caçando maldições como eu

Abrindo caminho com tua espada de prata

O que de mim ainda podes querer?

Meu caçador de coração sensível

Sumiste por mais tempo que consigo contar

E agora retornas pedindo a um demônio

Que te livre das serpentes que sozinho encontraste?

Meu caçador de olhar penetrante

Suplica outra vez com teus lábios úmidos em minha orelha ardente

E arranco de ti todos os teus monstros

Em meu covil entraste de cabeça altiva

Revirando meu enigma recluso como fizeste outrora

Tens medo de mim, tens medo do que sou

Mas sabes que são minhas garras de demônio

E meus afiados dentes de demônio

Os únicos capazes de salvá-lo do tormento

Caçador das mãos fortes e semblante heroico

Despe-te dos teus pudores, deixa-me agora comandar

Sabes quem sou, e neste instante estou a me libertar

Trago-te as cabeças decepadas das serpentes

E espalho o sangue em teu peito nu

Meus lábios percorrem as linhas de pele rubra uma vez mais

E faço dos teus inimigos um banquete de orgias

Deixa teus medos do lado de fora

E deita tua cabeça em meu colo

Sou a rainha das maldições, uma condenada

Mas quero tuas mãos em minha pele alva

Quero teu corpo junto ao meu, quero ser beijada

E quero que admitas que nos recantos mais proibidos da tua mente

Queres tudo isso e muito mais

Caçador dos idealismos exagerados

Tua realidade humana é cheia de belezas

Mas vejo a incompletude em teus olhos cobertos de lascívia

Nunca estarás satisfeito longe dos meus lábios

Nenhuma humana frágil jamais será capaz

De te possuir como um demônio

Deixa-me arrancar teus receios

Vorazmente junto às tuas vestes

Deixa-me sentir tuas mãos

Despirem de mim todos os mistérios

Apaga a luz opaca que brilha timidamente no exterior

E junta-te a mim no eterno ardor

Vieste a mim outra vez

Teu mundo mortal é infestado de serpentes

E sou a única em quem podes confiar

Vieste a mim outra vez

Meu mundo imortal é chama eternamente

E agora comigo por todo o sempre irá queimar