Prece à Deusa Noite
As manhãs perdidas
Que nos preenchem a vida
De frustrações concebidas
Por paixões mal resolvidas
São o fruto do nosso pecado
De amar sem ser amado
Melancolia e alegria
Irmãs bastardas da mesma família
De rimas vazias, esquecidas ao raiar do dia
Estripadas por inúmeras facadas de tua monotonia
Excomungadas em meio aos teus risos de histeria
O sol nos castiga a medida que entardece
Apodrece os cadáveres de tua prece
E nega a minha alma o alívio daquele que adormece
Por fim a noite
Que me liberta de todo açoite
Deusa lua do templo da meia-noite
Que abençoa aqueles aflitos pelo pernoite