O Lobo da treva

Em uma alça dos chifres

Co´o uivar dos teus caninos,

Ergue-te, o sangue e os dentes

Dos ossos muito finos.

Mas vês a Lua Cheia

Quem sempre te transformas

À pele do asco horror,

Come os zumbis nas formas.

Que às cruzes invertidas

Agora crês no enterro,

Que sentes a alma táctil

Ao corpo vil do ferro.

Meu Deus! Prevês a carne!

Co´as velhas podridões

Que comes as mandíbulas

Com gostos mais malsões.

Ouço-te: " - vem comer

As carnes, vais assim!"

Vendo-me alegremente,

É o almoço do jardim.

Sempre és um lobo negro

No cemitério escuro,

Pões no caixão dos mortos,

Além do mal impuro.

Sem treva, apenas homem

Tu ficas nu e tremes

Que um íncola reluz,

Tens pena porque temes...

Voltaste à meia-noite.

Que nem Allan Poe escreve...

Os olhos tão vermelhos!

Luzindo o olhar mais breve.

Pedrento, horrendo e imundo,

As mãos sanguinolentas,

Vai-te, visceralmente

Co´as vísceras sedentas.

Dorme na tua cova,

És lobo obscuro que urras,

Tu mordes os coveiros

Quem levas essas surras.

Lucas Munhoz - (16/11/2015)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 16/11/2015
Código do texto: T5451005
Classificação de conteúdo: seguro