BELEZAS MORTAS
Belezas mortas num sol negro de
tempestivas desesperanças;
Quando tudo se perde dentro de covas profundas;
Hoje sangramos por dentro entre soturnas
vociferações;
Num cântico sombrio destilando trágicos acordes de pio fúnebre;
Destroçando mágoas sobre capelas de zinco;
Aguçando medo com tom de obscuro prazer;
Devorando almas nos cemitérios eternos da memória esquecida do
amanhã;
Quando sepultamos mortos com lágrimas frias de olhos enxutos.
Colhendo flores murchas de perfume pagão;
Então cortamos os pulsos com a faca cega da fé corrompida de ódio sacrossanto;
Acendendo o fogo místico das fogueiras de bruxas;
Ofertando dádivas maldizentes na decadência cética de poemas lúgubres!