BELEZAS MORTAS

Belezas mortas num sol negro de

tempestivas desesperanças;

Quando tudo se perde dentro de covas profundas;

Hoje sangramos por dentro entre soturnas

vociferações;

Num cântico sombrio destilando trágicos acordes de pio fúnebre;

Destroçando mágoas sobre capelas de zinco;

Aguçando medo com tom de obscuro prazer;

Devorando almas nos cemitérios eternos da memória esquecida do

amanhã;

Quando sepultamos mortos com lágrimas frias de olhos enxutos.

Colhendo flores murchas de perfume pagão;

Então cortamos os pulsos com a faca cega da fé corrompida de ódio sacrossanto;

Acendendo o fogo místico das fogueiras de bruxas;

Ofertando dádivas maldizentes na decadência cética de poemas lúgubres!

Anjo melancólico
Enviado por Anjo melancólico em 30/10/2015
Reeditado em 16/09/2021
Código do texto: T5432708
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