Origem do Mal

És jubilado da decência acesa

Torna-se matéria ocre castigada,

Destempera a paz e a natureza,

Assim sinteticamente aprimorada,

A escuridão podre e mastigada,

Aviltada, incapaz de obter leveza.

Vive na desoxirribonucleíca ala,

Ao tempo da alma transparente,

Situa a finalidade transcendente,

É dor, este alimento que embala

Subterfúgio privado de bondade,

Origina-se desde a mais tenra idade.

Cada função débil do ser cordato

A tornar o ser, seja qual for, reflexo

Do negrume e seu instinto inato

Independe da existência do sexo

Aspereza ilimitada, sem fronteiras

A surgir de diversificadas maneiras.

Sua aorta é indubitavelmente cética

Tétrica, isenta de rubores, de luzes

Com sua dorsal atrofiação da ética

Vive em atrito com os pesos e cruzes

Onde os sóis racham a miséria alada,

apesar dos séculos, não será mitigada.

A mais improspérrima invalidação,

Vitima a humanidade através do ludo,

Rancor trabalhado visita a danação,

A coletividade infernal desabrigada,

Num abjeto sepulcro distante de tudo,

A origem do mal nunca é localizada.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 23/10/2015
Código do texto: T5424091
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