Origem do Mal
És jubilado da decência acesa
Torna-se matéria ocre castigada,
Destempera a paz e a natureza,
Assim sinteticamente aprimorada,
A escuridão podre e mastigada,
Aviltada, incapaz de obter leveza.
Vive na desoxirribonucleíca ala,
Ao tempo da alma transparente,
Situa a finalidade transcendente,
É dor, este alimento que embala
Subterfúgio privado de bondade,
Origina-se desde a mais tenra idade.
Cada função débil do ser cordato
A tornar o ser, seja qual for, reflexo
Do negrume e seu instinto inato
Independe da existência do sexo
Aspereza ilimitada, sem fronteiras
A surgir de diversificadas maneiras.
Sua aorta é indubitavelmente cética
Tétrica, isenta de rubores, de luzes
Com sua dorsal atrofiação da ética
Vive em atrito com os pesos e cruzes
Onde os sóis racham a miséria alada,
apesar dos séculos, não será mitigada.
A mais improspérrima invalidação,
Vitima a humanidade através do ludo,
Rancor trabalhado visita a danação,
A coletividade infernal desabrigada,
Num abjeto sepulcro distante de tudo,
A origem do mal nunca é localizada.