O mal do Ceifeiro

Foice da morte funerária, morte

Do corte imundo que ensanguenta os mortos,

Em carne tétrica, que o mal se importe

Nos quatro meses. Oh defuntos tortos!

Como o Byron dentre os espelhos pretos,

Com essa noite que eu me acalmo e vejo

Oh crânios pútridos, sangrentos, retos!

Além das sânies imortais sem pejo.

Esse capuz da obscuridade e da alma,

Se é tenebroso e especial com guarda,

Já a Dona Morte é pervertida em palma

Que uma magia putrefata me arda.

Que fogo rubro!... Que calor das tripas!..

Apodrecendo, no furor da pele,

Ossos, fedor apodrecido e estripas,

Que o nojo humano e canibal revele.

Lua sombria, tenebrosa e bela

Que vos encanta obscuramente e toca

Com perfeição do cemitério a vê-la,

Até Ceifeiro dramatiza e foca.

Tu és senhor das podridões e do osso,

És Ceifador, em coração trevoso,

Que eu o estremeço docemente e posso

Ser um fantasma do negror maldoso.

O meu amigo, em que eu seduzo a treva?

Ele me diz: " - Provavelmente, sim!

Inda me orgulho que o teu verso escreva

E me embeleze belamente assim."

Lucas Munhoz - (19/10/2015)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 19/10/2015
Código do texto: T5420315
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