Túmulo das aves
Com hetairismo sanguinário e ardente
Para a cloaca horrivelmente inerme,
Assiste ao lado do alimento em verme...
Que inda horroriza a maldição e sente.
Monte de lágrimas mortais e tristes,
Vês o buraco atro, sombrio e azedo...
Nunca revelas o temor e o medo,
Na carne pútrida, ninguém persistes!
Ó ferimento canibal das asas!
Ah que urubu do coração impuro...
O fosso enorme do fedor em muro,
Apodrecendo a hediondez que abrasas.
Ergo-o no pneuma e dramatizo tanto,
O que ele acalma e inda respira agora?!
Por isso o dono carinhoso chora,
Uma tristeza lamentada e o pranto...
Sangue carnívoro, funesto e sujo,
A ave morreu dramatizada em cova...
Que eu adotava a ave amorosa e nova,
Bom urubu na podridão que eu fujo.
Além do corpo putrefeito e velho,
Dentro do rim macabramente imundo...
Os olhos vesgos e vitais no fundo,
Como és feioso e canibal no espelho.
Visceralmente tenebroso e magro,
Vendo-o na dor... Que é doloroso e tenso!
O que eu lamento tristemente e penso?!
Deixo-o no túmulo do lado ao agro,
Autor: Lucas Munhoz - (17/08/2015)