Perdida
[...]
pousa o teu manto sobre o meu corpo
como flamingos desatinados em sangue
porque de mim; essa loucura de borco
onde deito essa paixão tão exangue ...
e dum punhal a cravar-me na carne
onde a lua desenha um monge
as desilusões tão frias me ardem
e os lírios que desmaiam me tangem
e ao longe; sei de todos os barcos
que vão sem rota e sem destino
e o meu norte feito fios foscos
já não acho vivacida e só desatino
No entanto; o meu sorriso de primavera
se abre em sóis; e rendem-se as feras
que residem em mim; feito quimeras
a engolir toda a tristeza e vomitar toda a hera ...
Marina Lima
Acontecimentos