Sono Mortal
Gélida madrugada sombria,
Sobre os ventos uivantes do norte,
Um espectro de alma vazia,
Sem saber que não vivia,
Implorava por morte.
Vagando sem rumo por entre as lápides rachadas,
Sobre os corpos gelados que abaixo estavam,
Se perguntava:
_onde estou? Não me lembro desse lugar.
Tocou a face e nada pode sentir,
Quando viu outro espectro a lhe observar,
Então um medo súbito veio lhe tomar,
E seus pensamentos foram capturados pelo outro ser.
Não queres morrer? tens medo da morte?
Sorte dos que nem sabem que deixaram de viver,
Pois o medo do seu ser
Não intensificou as dores que seu corpo desconheciam.
Numa manhã como outra qualquer,
Não pôde seus olhos abrir,
Nem ao menos pôde resistir,
Pois enquanto dormia,
A mão fria da mulher sem nome,
Contornava seu pescoço com uma lamina mortal.