Flores Amarelas

Ah! Se acaso eu repousasse sobre a pluma flamejante,

De um corvo árduo, sedento de vida.

Se me coubesse seu fardo, sua leveza intrépida.

Se me coubesse seus trapos e restos de brisa.

Ah! Se acaso eu disparasse sobre a alcova refletida

Sob a luz dos olhos negros, de ânsias perdidas.

Sob o ângulo da visão do mundo, da arte,

Sob as gotas de orvalho que sangram da ferida.

E quem sabe essas asas me trouxessem conforto,

Fizessem-me mais corvo em cada partida.

Fizessem-me mais corvo a cada despedida.

Fizessem-me mais corvo em cada lagrima contida.

E dissipassem os medos pelo vento,

Pelas flores amarelas jogadas em meu corpo,

Pelas dores e lamentos que choram e partem.

Pelas asas flamejantes do meu eu, eu corvo.

Rejane Alves

Rejane Alves
Enviado por Rejane Alves em 12/04/2015
Código do texto: T5204038
Classificação de conteúdo: seguro