VEM EM MEU MUNDO HABITAR

Ó adorável Leonor,

desta minha campa fria

ergo um brinde em teu louvor,

num clamor alegre dos meus sentimentos.

Teus dedos, que seguram a taça,

parecem o cálice que apresenta

a corola da rosa.

Bebe tu primeiro,

amada minha.

Em seguida, estende-me a taça.

O vinho tornou-se melhor que o néctar;

e é como se eu estivesse,

há muitos séculos,

sorvendo os teus beijos.

Agora, vem,

minha meiga Leonor,

conhecer meu mundo.

É um mundo onde jamais há aurora,

jamais há alvorecer.

É um vale inquietante

de folhagens mortas

e florestas assombradas.

É um lugar em que luz alguma cai do céu

e só existem noites e noites infindas.

Ó minha querida Leonor,

vem em seu mundo habitar.

Aqui, nada é sagrado ou pecado.

R F Lucchetti
Enviado por R F Lucchetti em 06/04/2015
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