CASTIDADE - UMA POÉTICA GREGORIANA.
Não nasci
Para o Carmelo;
Longe de mim
O mar da santidade
Que devora
A pureza das entranhas
Dos santos.
A castidade é sacal
É isca fácil
Na guerra titânica
Entre o Sagrado
E o Profano;
Nesta batalha
A libido vesti-se
Até de branco
Para saciar a sua gula.
- Há noites
Em que me ardo em fogo;
Meu corpo queima
Em devaneios
Os ossos esticados
Expostos aos martírios
Da vil inquisição
Que está em mim
Nos outros
Em nós...
- O corpo
Á casca de ovo
- A luz
Da lua vermelha
Reflete tons alaranjados
Sobre a minha pele
Lânguida
Banindo o medo
Trazendo-me a paz.
- O Paraíso
Espelha pureza
E castidade etérea.
-Até quando
Os santos vão oferecer
Suas vidas em castidade
Para lenir
As dores do mundo?
Maceió, 28 de Março de 2015.