A vigília do gato
Por que me olhas assim?
Com esses olhos tão abertos,
Será que algum mal eu lhe fiz?
Será que alguma praga eu devo?
Por que me olha tão ímpeto?
Oh gato preto.
O tempo passa,
As horas se vão,
O gato a me olhar continua,
Sem ao menos piscar,
Por que me olha tão ímpeto?
Oh gato preto.
Era 13 de maio, quando um dia nasceu,
Em uma chuva tremenda,
Numa mesma chuva, 30 anos mais tarde,
Eu fui, sem nem avisar,
Por que me olha tão ímpeto?
Oh gato preto.
Talvez seja pela minha morte,
Ou pelo simples fato de ser seu dono,
O gato fica a me vigiar,
Noite após noite, dia após dia,
Já seu porque me olhas tão ímpeto,
Oh gato preto.