''O Rito''
O Rito
O inverno invade as janelas
A tempestade pútrida
Abençoa o anjo da morte
soltando feridas fétidas
e vermes a jorrar de tuas úlceras
A deslizar sobre a gangrena
Sorver-lhe o escorpião
E com o veneno enfeita-lhe o templo
As entranhas em ebulição
No cálice de Dionísio
Adorar o rei da dor deitado
em águas turvas
A banhar-me virginal
Ou cometer o sacrilégio carnal
Que enche a boca de câncer
E vomita os ratos deste retrato
Como febre entorpecida
Brindando pela estirpe
By Morphine Epiphany
(Cristiane V. de Farias)