Rudemente poética

Não quero mais ser olhada

por olhos que nem me enxergam.

Deles eu quero ser expulsada,

pois lá eu não sou nada que esperam

- e acho que também nada que eu quero.

Dos olhos que me enxergam e me abominam

eu não quero nada, a não ser indiferença.

Quero deles ser sepultada

e acabar com a minha presença,

já que não costumei licença ter

pra amada e querida ser.

Tenho sentimentos mais enredados,

do que os meus cabelos molhados.

Eu sou a desilusão de quem me ama,

e o meu coração reside na lama.

Sou mais ridícula do que essa poesia,

porque ninguém me lê até o final.

Thaís C
Enviado por Thaís C em 13/01/2015
Código do texto: T5099903
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