MALDIÇÃO DA MULA
Com a velocidade de um raio
E o furor de um vulcão,
Surge do nada como o vento
Na lamuria de um lamento
Na penumbra da escuridão.
Como praga como castigo
Circulando entre a multidão,
Como folhas secas ao vento,
Voando a todo o momento
Nas asas de um trovão.
Do fundo da catacumba
Soa um gemido de dor,
A sombra da besta se apraz
Nos grunhidos de satanás
Emanando terrível odor.
Queimando em lavaredas
Entre gritos e gemidos,
É uma alma que perambula
No balburdiar da mula
Do porco e seus grunhidos.
É sexta-feira treze de agosto
E a lua cheia mostra sua feição,
É uma praga em meu caminho
Uma mula sem focinho
Na fúria da aflição.
Se apresentando como anjo
Com astúcia e sedução fatal,
Surgindo de dentro da casula
Mas era a maldição da mula
Com poder demoníaco infernal.
Aqui termino meu relato
Sobre a besta e a maldição,
Foi uma nuvem preta perdida
Que passou em minha vida
Destruindo meu coração.
Josenko Coelhynsky