CAVEIRA
Caveira que antes fora tão bela!
Faces rosáceas e primaveril...
Tinhas a elegância de uma gazela!
Teu lábio rubro e tão febril.
Caveira que antes fora risonha!
Colo alvo a decair nos seios amenos...
Caveira agora jaz tão medonha!
És o horror dos homens terrenos.
Caveira que antes valsava fugaz!
Que parecia ter pés de vento...
Agora caveira jaz tão contumaz!
Apenas aos vermes serve de alimento.
Caveira que tinhas tanto orgulho!
Que ostentava brasões e galhardias...
Caveira não passas agora de entulho!
Ah! Caveira tão alegre foram teus dias.
Caveira que antes tinha ares de leão!
Caveira que achava que a vida espera...
Caveira a exalar cheiro de putrefação!
A cova é a tua ultima quimera.