Auto-Destruição

O dia começa com o despertador

inferno na terra, água no rosto

sangue na pia

estou pronto para começar meu dia

tomo café

corro até o ponto

Atrasou um pouco

não tem problema

tudo está no esquema

normalmente a vida é assim

mecânica, maquinada, eletrificada

a selva de pedra inabalável

com aviões batendo em prédios

Volto para casa

agradeço por nada

nesse dia-a-dia fúnebre

eu tentei me lavar como eles disseram

mas você vê? O sangue é mais grosso...

Eu vi isso nas minhas mãos, a maldade

Eu corri o mais rápido que eu pude mas

até dentro de mim tem essa humanidade

Eles, mecanizados

este corte auto-infligido é profundo

meu sangue escorre, provando o contrário

eu sou o último humano vivente

e sou depressivo.

Por hora eles vão sorrir, otários.

As máquinas mortas, proibidas de sentir.

É esse meu sangue inofensivo,

que me faz mais vivo que todos vocês!

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 09/12/2014
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T5063356
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