Auto-Destruição
O dia começa com o despertador
inferno na terra, água no rosto
sangue na pia
estou pronto para começar meu dia
tomo café
corro até o ponto
Atrasou um pouco
não tem problema
tudo está no esquema
normalmente a vida é assim
mecânica, maquinada, eletrificada
a selva de pedra inabalável
com aviões batendo em prédios
Volto para casa
agradeço por nada
nesse dia-a-dia fúnebre
eu tentei me lavar como eles disseram
mas você vê? O sangue é mais grosso...
Eu vi isso nas minhas mãos, a maldade
Eu corri o mais rápido que eu pude mas
até dentro de mim tem essa humanidade
Eles, mecanizados
este corte auto-infligido é profundo
meu sangue escorre, provando o contrário
eu sou o último humano vivente
e sou depressivo.
Por hora eles vão sorrir, otários.
As máquinas mortas, proibidas de sentir.
É esse meu sangue inofensivo,
que me faz mais vivo que todos vocês!