OVERDOSE
Entupo as veias de tédio
Sujo o sangue, esfumaço a mente.
Isso não é um remédio!
Grita o subconsciente.
Viajo no teto branco, tento fugir em vão,
Do meu nariz, escorre depressão.
O real e o abstrato, tudo tão contraditório,
Onde assino o contrato para o fim do purgatório?
Não aprendi na escola que a maior droga é amar,
Nem que pedir esmolas um dia ia me salvar.
Por pra fora me alivia, mesmo que ninguém leia,
Por pra dentro me alivia, mesmo que ninguém entenda.
A vida é mesmo um breve espaço, sem sentido ou razão,
Que essa overdose de decadência
Me leve logo à um caixão.