SOU

Sou permanente e não contínuo

Sou um câncer. Inoportuno.

Sou soturno. Sempre honesto.

E sou funesto, mas sou diurno.

Carapaça na minha similidade no tom que o tempo afirma

Obnóxio ardor no som, três tons acima.

Caem queimando na orquestra

Som do cemitério para temor sepulcral

Caem queimando a velha rima.

Visão que contesta o jugo que vem de cima

Questiona/Contesta, Aquilata/Determina.

Têm os tumores do câncer

Nesta mancha na cútis.

Eu posso estar frio, sozinho e contente,

No adiamantado cristalizado.

Tristeza amarga no violino

Tristeza amarga não o violino

Permanente e não contínuo.

Permanente e não contínuo.