Liberta
como numa hora morta,vazia,
sinto-me seca por dentro,
vazia e despida de todo esse
sentimento infrutífero que brota
em meu coração,como um feto
morto que,expelido de meu útero,
já não me afeta a alma como
deveria sempre que me liberto
de cada angústia que me machuca,
espinho a me arranhar a pele.
como que liberta desse
doce e angélico sonho de morte,
me deixo levar por esse sombrio
sopro de vida que me acaricia
o coração outrora roído pelas
traças da dor,limpando cada mágoa,
cada angústia que habitava em mim,
mostrando a cada suspiro meu
a fuga cada vez mais sutil dessa
sublime dor que me deixou mais e mais
pura agora que estou liberta dessa
prisão em que fui angelicalmente cativa.