DRÁCULA E EU
Na distante Transilvânia,
Num castelo mal assombrado,
A estas horas, eu estaria
Dançando com meu namorado,
O grande Príncipe das Trevas,
Drácula, o vampiro malvado.
 
A ele apetecia, de vez em quando,
Mordiscar-me o pescoço alongado.
Eu  o trazia, sempre, finamente ornado,
Com o lindo colar de rubis,
Dado por ele, a mim, na ocasião
Daquela bela festa, em noite de verão.
 
Foi nessa noite, exatamente, que o vi,
Bebendo, entre os convidados...
Aquele charmoso e elegante zumbi,
Num canto, um pouco apartado,
Com olhos desassombrados,
Rindo e piscando pra mim.
 
Fascinada, olhei-o de soslaio,
Para ciúmes não despertar
No Conde Drácula, meu par...
Fingi, então, ir ao banheiro...
E, nesse ínterim, recebi um bilhete,
Com o número do seu celular.
 
Escrito, em vermelho, com o sangue,
Provavelmente, de sua jugular,
Dizia, ainda, que o fosse encontrar,
Atrás do castelo, perto do mangue...
Acudi, sem demora, ao seu chamado,
Sob a luz do luar, naquele céu estrelado...
 
Mas ao chegar ao lugar marcado,
Que horror! Já não o encontrei mais...
Apenas ouvi seu estertor derradeiro.
Drácula, ladino, chegara primeiro,
Trucidando aquele belo e pálido rapaz...
Que ele descanse em paz!
 
Quando Drácula me viu, olhou-me, zangado,
Fulminou-me, enfurecido, com seu olhar gelado,
Mordendo-me a boca, para me subjugar...
E, como se nada tivesse havido, tomou-me a mão,
Reconduzindo-me, com toda a classe, de volta, ao salão...
E lá, escolheu outro par para dançar.
 
Dei mole! Tenho que confessar...
Como Drácula, bem sei,outro não há...
Naquela noite, fingiu me perdoar...
E, depois da festa, decidiu me abandonar...
E eu, Vampira, com saudades, fico a lembrar
De suas doces dentadas, na minha carente jugular...


Leiam esta e outras poesias no meu livro POÉTICA MENTE, que pode ser adquirido no site abaixo.

Editora Biblioteca24horas
www.biblioteca24horas.com.br
(11) 3259-4224
https://www.facebook.com/EditoraBiblioteca24horas