Navio Sombrio
Era uma tarde de mar agitado
Águas espelhadas
Águas espalhadas
Mar de imensa água marombada
Pálidas no fim da tarde
Pálidas pela luz amarelada
O vento não soprou
O mar não balançou
Vítimas eletrificadas
Dançando em meio ao oceano
Sem cuidar da sua retaguarda
O corpo partirá a outro plano
O roncar das hélices
No meio das nuvens perde-se
Esperança os distingue da realidade
Não aceitando a trajetória de vida e dignidade
Choro intenso de agonia
Expressão de angústia profunda
Mesclada com um medo interior
As roupas urinadas de apatia
Afundando sonhos de forma oriunda
Partirão para um plano exterior
Mundo nas costas de tempos e tempos
Era a despedida no meio do vento
A visão flutuante da canoa
Um barulho de morte soa
O farol lamentando o ocorrido
O motor parava de funcionar em perigo
Mar aberto e as suas correntes prendendo
Não adiantará mais orações correndo
Viverá na vida eterna presa neste navio
Encalhado em noite de lua cheia neste paraíso sombrio