Pobres versos d'Amor
Encantei-me com teu brilho
Na suave escuridão,
E ainda me maravilho
Dentro de meu coração,
Com a tua grã beleza
E a inefável doçura
Da tua delicadeza
Tão sublime, tão pura!
Quisera amar-vos e não posso,
Em meu peito que suspira;
Divino é o encanto vosso,
Maior que todos que eu vira!
Tu és fulgor, eu sou treva,
Ambos somos noites, onde
Em ti a lua se eleva,
Mas em mim ela se esconde!
És o sol da primavera
E eu, a neve do inverno...
Ah, quem me dera, quem me dera
Secar este pranto interno,
Que sempre teve por causa
O apoteótico Fogo
Que me consome sem pausa:
O Amor em que me afogo!
Sim, às vezes há desprazer
Num amor sem retornar...
Mas que seria viver
Sem poder amar e chorar?!