DUAS CIDADES

Através dos vidros das grandes janelas

Os prédios, banhados de cinza, com grandeza sobem!

O mundo se alarga pelo horizonte,

Que o olhar não vê: no limite morre!

A cidade é entediante e subdesenvolvida!

Não dá os prazeres como outras a fora!

As pessoas que nelas vivem são ociosas,

Mergulhadas em dias de tristes memórias.

No tempo que calcula a vida de todos

A morte repousa à espreitar mortais,

Querendo nos levar ao abismo profundo,

O qual o homem não quer conhecer jamais!

“Vossa cidade será sempre enigmática!

Preferimos viver em monotonia diária!

Quando levar-me contigo ao passeio

Conhecerei prazeres que aqui não tenho?”

“Tolo é o homem que não tenta conhecer,

Deixar para traz o caminho trilhado,

Minha cidade é a mais populosa,

Conhecerás a vida que dela brota!

Não vejo nada que por aí seja melhor:

O vinho, as mulheres... Muito menos amores!

Venha comigo, ó indeciso!

Aqui tu viverás entre o vinho e as FLORES!”