RÉQUIEM

Não me pergunte pela infinda agonia

Que em meu peito mora, rebenta e se espalha...

Não, eu não serei o algoz dessa mortalha,

Nem tampouco direi se me tripudia.

Amanhã eu cantarei um novo dia

Para que com dor e tristeza não valha

A compra que eu faço da última navalha

Quando, por fim, me matarei de alegria.

As margaridas que em teu nome colhi

Servirão para compor meu funeral,

E no cortejo estará um colibri

- Arauto da minha pedra sepulcral -

Exemplo maior da vida em que vivi:

Libando o néctar até a hora final!