CÉU NUBLADO
Ao céu escurecido e nebuloso,
Refletido, mimetizado no asfalto,
Como a transmutação da inveja mortal
Da cópia do que contém no infinito!
À população egoísta a caminhar,
Olhando para as brumas, pasmada,
Igual ao olhar de um cego (eternizado)
Em direção a tampa encardida,
-Querendo desvendar a ira apocalíptica do dia!
À melancolia que toma conta de todos,
Aos velhos deprimidos e imóveis
Em nostálgicas cadeiras inclináveis,
Como que prevendo algo trágico
Danando seus herdeiros, companheiros e amados!
Eu adoro esses dias, essas cinzas!
Eles me envolve em instintos vagabundos,
Minha alma fica mais intensa,
Como se eu tomasse uma dose de adrenalina
E a euforia consumisse meu ser com o soturno!
Luíz Carlos de Almeida