A Doença Do Corpo – A Morte

Quando a força se esvai,

Aos poucos e poucos,

Lentamente, devagar.

Quando ainda ontem podia andar,

Enérgico, esbelto e assaz,

Egocêntrico, egoísta e jovem,

Inteligente, equilibrado e mordaz,

Atlético, imortal e feliz.

Hoje jaz deitado e entrevado,

Impotente, enfezado e sujo,

Indesejado, insalubre e dorido,

Introvertido, Infeliz e mortal.

Desiste ingloriamente resignado,

Desmiolado, rejeitado e esquecido,

Desonrado, desconhecido e cansado,

Autómato não autónomo,

Monótono de olhar estarrecido,

Vazio, baço e sem claridade.

A carne já em chaga,

Purulenta e decomposta,

Exposta aos elementos finais,

Putrefacta,

Pela terra a arfar,

E o cheiro Deus meu,

E o cheiro que exala!

Lx, 8-9-2009

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 25/06/2014
Código do texto: T4858156
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