Coração de Vidro

Lenta e sensível respiração

Um corpo no leito à espera da operação

Coração frágil, vidro rachando emoção

Sutil memória, um desespero, aflição

Antigo medo sepultado

Cinzas recompondo um passado

Desolado, repleto consumo do pecado

Guerra escrita, morte de um soldado.

Carne bombeando sangue frio

O vidro materializado em cacos distintos

Suplício e sacrifício em dor errante

Sombras levando lágrimas à beira do precipício

Deitado as margens de um córrego de sangue

Cacos de vidro cortam uma alma uivante

Distante, a fria prata, riqueza em semblante

Em dor, rasgando, penitência incessante.

Devaneios em meio à névoa da cidade

O coração de vidro quebrado pela luz da verdade

Sangue jorrado ao rio em puro banho

Uma alma sangra, suplicando piedade

Pulsos cortados por um coração partido

As vestes negras levam o martírio

Ingressar na morte pelo que havia vivido

Morto ao cair, em distintos, pequenos cacos de vidro...

Roberto William
Enviado por Roberto William em 17/06/2014
Código do texto: T4848153
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