Morte Amiga

Morte fiel e amiga de ar fraterno,

Geraste-me no teu ventre materno,

Assim já tão provecto cansado de sofrer,

Deste-me uma morte lenta a viver,

Anseias por me ver na cova a jazer,

Sigo os teus chamamentos de dor e tormentos,

Embalo nos teus braços a soluçar lamentos,

Dás-me de beber o sangue de doentes,

Preteres-me à custa de crianças inocentes,

Porque sustentas minhas aflições lancinantes,

Pela noites incestuosas da minha dor,

Leva-me de vez contigo como prova de amor.

Lx, 27-10-1996

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 14/06/2014
Código do texto: T4844672
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