Mutante
Há quem olhe atravessado
Para os meus cabelos coloridos
Como se visse uma mutante
Ou um alienígena.
Estou cansada das pessoas
De seus funks
De seus pagodes
De suas críticas
De seus egos inflados
E de suas muitas palavras
(jogadas ao vento
Porque atitude que é bom
Nada!).
Julgam minhas roupas pretas,
Meu cabelo vermelho
(ora roxo, ora pink,
Ora azul, ora loiro)
Minhas meias rasgadas
Meus olhos marcados.
Me julgam louca
Pelo meu rock
Me julgam louca
Pelo meu clã
Me julgam louca
Por ser como sou.
E quer saber?
Tô nem aí!
Por mim o mundo explode
E eu tô nem aí
Por mim todo mundo se fode
E eu tô nem aí
Faço o que quero
E sou feliz assim
Tenho liberdade para exercer minhas crenças
Para andar como quero
E se isso não ferir o direito seu
Então está tranquilo.
Posso ouvir
Vestir
Comer
Pregar
Falar
O que eu bem quiser.
Isso é estado de direito.
Incomoda-se com o meu jeito?
Conhece aquele ditado:
“os incomodados que se mudem” ?
Felizmente
Deus-pai nos deu um troço chamado
Livre-arbítrio
E disso, meu “querido”
Eu não abro mão.