O Anjo
Era um anjo
Asas livres,
Auréola brilhante,
Passos de luz.
Mas foi aprisionado
Em uma gaiola suja
Escura
Sombria.
Vendaram-lhe os olhos e
Disseram-lhe que o mundo era mau
Que as pessoas eram cruéis
Criaram um mundo de ilusão
E ali ele ficou.
Nem sabia que era anjo
Que podia voar
Que podia ver.
Mas alguém apareceu.
Retirou-lhe a venda
E a luz o incomodou
E ele relutou a enxergar
E retrucou
E sofreu.
Quando finalmente abriu os olhos
Ele viu.
A verdade estampada
Brilhante como a luz do dia.
Então sentiu o peso de suas asas e viu-as
Como não as via há muito tempo
E sabia que era preciso voar.
Mas aprisionado
Como poderia?
E lutou
E se debateu
E gritou.
E a força do seu grito foi maior
E a vontade de voar foi maior
E ele estendeu suas asas
Quebrando as cadeias
E abriu-as em todo seu vigor e esplendor.
E lançou-se ao céu
Em busca do infinito azulado
Descobrindo enfim
Que um anjo
Sempre será um anjo
Mesmo que seja engaiolado
Sua essência não muda
Nasceu para voar
Não pode ficar preso ao chão.