Flocos de Morte
em cada recanto
sombriamente calmo
sinto cair palpavelmente
os flocos de neve que,
suave e angelicamente,
se dispersam em minha alma,
deixando aqui em mim
sua nobre carícia de devastação.
a cada divino despertar
sinto em meu âmago
o gélido desejo de viver
a admirar os flocos de morte
que voejam ao meu redor,
que caem a dormir em cada
cinzento sono eterno que
dardeja os jovens corações
cansados pela ilusória força
da dor a nos fortalecer
em nossos mais sombrios
e derradeiros momentos de penúria.