Opostos

Em um coração

Que já não mais batia,

Opostos em paixão,

Filhos da Morte e da Vida.

A musa era doce,

Tão bela e inocente.

O anjo dos sonhos,

Princesa de encantos.

Símbolo da pureza,

Tão santa e serena.

A gárgula era amarga,

Tão patética e insensata.

O monstro do armário,

Rosto deformado.

Símbolo da desgraça,

Tão impuro e odiado.

A Filha da Vida e

O Filho da Morte,

Na batalha de um ser,

Apaixonaram-se em inocência,

Sem saber, sem querer.

Ele e seus olhos negros e amargos,

Ela e seus olhos azuis e amáveis.

Olhares se trocaram

E os corações palpitaram.

Ele e suas garras grotescas,

Ela e suas mãos finas.

Seus dedos se entrelaçaram

Na mistura da santidade e pecado.

Ele e seus lábios pálidos,

Ela e seus lábios rosados.

Seus lábios se tocaram

Em um beijo apaixonado.

Separados por muros,

A luz deu adeus

À escuridão, seu Romeu.

Desde então, naquele dia,

Escuridão jurou à Luz

Encontrá-la novamente

E viver junto dela para toda a vida.

Mil anos depois,

Em outra guerra de um ser,

A escuridão chamou a luz,

E fugiram sem ninguém saber.

Em uma noite de amores

Eles um só se tornaram...

Como o sangue escarlate

Manchando o lençol branco de linho,

O preto e o branco

Tornou-se o cinza,

Gerando a mente e o coração,

Os caminhos da vida.

Fez-se então a alma humana,

Hora negra,

Hora branca.

Fez-se então o livre arbítrio,

Seu amigo e

Inimigo.

Beatriz C P
Enviado por Beatriz C P em 05/02/2014
Reeditado em 13/02/2014
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