Isso lá é Poesia!
O copo deixado no chão, o líquido foi bebido.
Agora as moscas na beirada bebem o que restou dele, o sobejo, do sumo da negra virgem.
Solitário é o Homem, a espreita de uma sombra vazia de um triste copo, que as trevas engoliram num canto vil do traiçoeiro espectro.
Imagino também, que as baratas passaram por esse destino, do copo sozinho de quem o bebeu, e, ficou esquecido.
A mulher varre o pobre chão, e, a poeira sujará o pobre e esquecido objeto morno, e, morto, que a vida não tem nenhum ânelo de desgosto.
O que é a vida? Senão um copo vazio do ser Humano, que tendo a sede mínima, estraga o líquido necessário a vida.
A manhã começou, e, bebi desse espaço útil do copo, a realidade de sermos todos um mesmo objeto, a minha sede voltará e, o copo se encherá, mas por que sempre esse carma de esvaziar-se? Para nunca completar? O caminho das criaturas é preencher-se sempre no copo feito das mentes obscuras.
No canto a tristeza de um chão feio, sustentando o peso de um tempo, da mosca que na circunferência do copo, busca um bocado de alimento velho e nefasto, da boca misteriosa que tocou o copo.
O silencio é quebrado por nenhuma coisa, mesmo porque de coisas foi feito o meu verso, da ousadia de querer ser poeta.
Na casa não se vê mais a poeira, e, a sujeira, somente a vil varejeira, que num voo para o profundo dos secos infernos.
O copo é colorido é, laranja é, de plástico, colorido são os olhos da moça mais linda, laranja são os cabelos da jovem Angela meu anjo deste fantástico e, de plástico os seios da boneca sem cabeça, da menina pobre de cabelos compridos enlaçados, que sonha em escrever um soneto para o namorado. Só me restou este copo laranja... Sujo e poetizado das trevas embebido aos ratos aclamado.
Este copo é tudo menos um pesadelo do meu eu,
Desacabado...