Cinzas da Morte

ao soprar nessa ruína

dessolada as cinzas da morte,

despejo também de minha alma

todas as marcas que,entranhadas

como cicatrizes visíveis na pele,

insistem em permanecer em mim,

intactas como no dia em que,

doridas e suturadas,abraçaram

meu ser e se alojaram docemente,

sonolentamente,angelicamente

em meu coração.

tento suavemente descolorir,

tirar de meu passado,apagar

de meu futuro todas as nuances,

e soprar de meu presente

as cinzas da morte que maculam

meus olhos à visão que se levanta,

negra,pálida e cinzenta à minha

frente nessas solitárias horas

de escuridão em que sempre

me acolho em meus próprios

pensamentos.

Mike Yagami Black
Enviado por Mike Yagami Black em 10/01/2014
Código do texto: T4643984
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.