Chuvas de Sangue
dócil ventania
de vítreo sopro
a me acariciar a alma
durante as pétalas secas
desses momentos a murcharem
diante das rubras lágrimas
dessas chuvas de sangue
a colorir de mágoas
as pálidas alegrias
mortas que assombram
o dessolado cenário
em que está enterrada
a ruína de meus amores.
me ergo a clamar
às rubras lágrimas
dessas chuvas de sangue
a cada queda nas sombras,
pois ao beber desse doce sangue
sinto o angélico sabor das dores
em minha língua carente
do amargo gosto das alegrias
a assombrar cada recanto
desse tenebroso temporal
que me acalma o coração
alquebrado pelas luzes mortas
nas pálidas horas dessa
nostálgica,mas corrompida
felicidade exaustiva.