A CIGANA & O POETA...

Voa a imaginação do poeta

Por entre as madeixas fartas

Do longo e negro cabelo da cigana

Que rodopia como um pião!...

Passa por entre a multidão...

Os seios fartos em agonia

A desejar saltar fora do decote

Ancas bem feitas para dançar

Coxas roliças de veludo

Para aprisionar no ato de amar

Sapateia! Dança a cigana...

Transborda os corações em desejo

Com o fogo de teus olhos

Com teu encanto de menina

Com teu fogo de mulher

De estalo, feito um beijo

Até as saias caem rodando

O peito nu te abraça

Sente teus seios firmes apontar

Minha boca te percorre

Feito uma nau em mar revolto

Desvencilhas de todos os pudores

Entrega tua volúpia em fartos ardores

Abraça meu corpo com paixão,

Ah!... Mira a luz dessa Lua...

Entre as ramas, cai desnuda!

Tomo tuas coxas safas e fortes

Cravo meus dentes,

Ávidos beijos ardentes

Um alto suspiro em pleno gozo

A volúpia dança com teu corpo

Tamanha lascívia pelo ar,

Viro-te!...

Afogo meu rosto em teus cabelos!

Acarinho teus ombros

Mordisco teu pescoço

Sinto teu corpo me receber

O tremer de teu ventre

Delicias-te com meu teso

E o vigor que te impetro

Cavalgo tua volúpia insana

Faço teu corpo dançar uma nova música

Tua pele arrepia em desejos

Mais um suspiro em forte gozo

Teu coração bate célere

Enquanto te excito uma vez mais

Entregues incondicionalmente

A dança e a poesia

Amam-se por entre verdades e enganos

Entregues ao fervor da paixão

Em lágrimas de dor e prazer

Cigana!...

Ama e dança o mundo em chama

Faz do poeta escravo!

Louco!...Louco és tu poeta...

Encobres tuas verdades

Em um poema de ilusão...

Escrito da alma

No ardor do coração...

Miro a volúpia que o bom da vida me traz nas dobras do destino!

Peixão89 & Carmen Ortiz

Peixão
Enviado por Peixão em 31/12/2006
Código do texto: T332740
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