Pelos Bailes da Vida!*
Venha dançar uma valsa
Entre os versos de nossa poesia
Pegue a pena e me siga
Vamos rodopiar e amar
Dizer da alma e poder dela cantar,
Num expor os sentimentos
Neste grito preso na garganta...
Ventura, a que verte desta lágrima!
Qual adágio que furta o riso
Quando o que verte a dança afaga
Na baga mais doce da vida
Ah! Que baila, tão incontida!
Toma de tuas vestes o que limita,
Onde só versejar nos liberta...
Nos faz desejar e sonhar!...
Aos cantos se desdobram olhares
Canta e baila, noite infinda!
Toma-me em teus braços,
Segure na minha mão
Num gesto apaixonado
Junta com o teu meu coração
Entrelaça nossas palavras
Vamos falar do amor
E no prazer de poetar
Sobre um arco-íres dançar...
Falar de nosso querer!...
Dando-nos o direito de viver
Escaramuças, libidos e estribilhos...
Olho a alma nua na escotilha
Arpejos pelos lábios, enquanto beijas!
Ah! Delírios que se principiam
Afagos solertes ao brilho do olhar
Tira esses castiços trejeitos
Enquanto o botão se solta no ar
Vem toma cá a minha mão
Sirva-nos o néctar da vida!...
Embriaguemo-nos deste sentir...
Como sorve desta água digna e pura
Taças rebordam o vinho
Tantos tintos espalhados pelo chão
Juntam-se pelas roupas que se espalham
Na ávida volúpia que já se intumesce
Arpejos repetidos para novos gozos
Enquanto a Lua expia meio faceira
Toma teus seios em suaves mãos
Lábios tocando-se em frenesi
Desnudo teu corpo calmamente
O romper de outro gozo tão “calliente”
Toca feito músico pela quadra adiante
Trôpegos ao caminho de mais desejos
Ah! Noite que cai com a maresia
Enlaça os corpos sempre sedentos
Com a força de uma nova volúpia
Como a rima perfeita da poesia!...
Sopro em tuas narinas a vida...
Um ar para o suspiro seguinte
Desta boca que te suga
Nova explosão iridescente
O meu teso em uma nova busca
Arpejos em uma nova sintonia
Notas tocadas num acorde,
Que a Beethoven tiraria aplausos...
Maestros de uma sonata de amor!...
E neste vai e vem de corpos amantes
Até a Lua se esconde de tesão...
E deixastes que ansiosa ficasse
A espera de um espaço
De um verso solto no ar
Para meu amor poder dizer
Meu amor poder cantar
E nesses lençóis de seda que me jogas
A te amar e a poetar
Minha alma morre e renasce
Em teus lábios, por teu olhar!
Entregues aos desejos escondidos
Donde que num suspiro me pede
Que nova taça bem servida
Enquanto sorve em doce deleite
As entranhas que agora sugo
Ah! Que arpejo ensandecido
Profuso em gozos tão profundo
Com a minha ferina língua
Cantatas de vários gemidos
Encantam a noite em demasia
Espalha-se pelas sedas em frêmito
Tal o toque do destino
Tirei de múltiplo gozo, tantos estalidos!
Que te viras em ardente agonia,
Da taça já esquecida...
Vem uma brisa escondida
Seguras com volúpia as sedas lisas
Enquanto te carinho a pela macia
Em erupção o desejo a perfuma-la
Aninhada expõe teu afoito querer
Que à noite ruborizada até se esconde
Enciumada deste amor cumplicidade
Que nos arrebata ao sonho
E nele acreditar vivermos
Entregues a nossa paixão
Que ao mais terno dos beijos
Nos acende o coração
Queimando nossos corpos
Nesta entrega que nos faz sentir
Sermos loucos!...
No arrebatar da vida a plenitude
Em vidas unidas, outrora tão sofridas!
Que hoje vislumbrando o nascer do sol
Do leito de nossas ilusões
Onde possuímo-nos com paixão
Nosso, é o raio de luz que nos aquece!
E nosso querer enobrece...
Amante do meu ser!...
Amante da minha alma!...
Comigo viajas ao fim do universo
Ao limiar das paixões ensandecidas
Em versos de amor
Que em nós há de florescer!...
Unidas estão nossas almas,
Nos laços eternos!...
Unidos na paixão,
Abençoados pela poesia...
Cá desta nau aguardamos o amanhecer,
Enquanto sorvemos o mel da vida!
Luiz Carlos Lopes (Peixão)
Carmen Ortiz (CristalPoetiza)
20.09.2004
* Refazendo o primeiro título - MAIS QUE POETAS! AMANTES DA POESIA...