O Beijo do Anjo Negro


Não somos mais abraços rendidos
Nada mais é fascínio
Deixamos de ser esse querer perdido
Não há mais aquele abraço envolvido

Não existem mais as mesmas garras
Nem os jogos
Nem o perfume está em nossa pele
Nada mais nos sugere

Não somos mais prisioneiros do mesmo desejo
Não existe mais a esquecida vazão
Não há mais fogo ou fagulha
É morta essa nossa paixão

Me desfiz, não sou mais prisioneira
Te alforriei de mim
Não és mais o meu algoz
Em outras vertentes busque a tua foz

Não existem mais beijos urgentes
Nem corpos que anseiam por mais
Tampouco grilhões ou algemas
Livre és cavalheiro! Livre sou!

Seja o que quizer
O que puder e buscar tua mente fremente
Não somos mais proibidos
Pode gritar tua libido

Em quantas bocas deseja adoçar o teu hálito?


** Sei quando esse anjo negro vem me visitar, sinto seu beijo, percebo seu hálito... É um gosto que me verte a boca... É um abraço de morte... Um sutil caminhar. Não precisa chegar! Sem nenhuma sutileza eu adianto-te, e eu me ponho essa mesa! Vá! Não tenho medo do escuro. Eu cresci tateando nada. Não precisa me dizer... Apenas vá... Já sei o que sua boca dirá... Li antes o teu coração... Me deixe! Eu sei qual é o meu espelho!


Poesia?
Intuição?
Exercício poetico?
Ou Louca imaginação?
Serpente Angel
Enviado por Serpente Angel em 18/10/2010
Reeditado em 05/08/2011
Código do texto: T2564630
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