ANTRO SOCIAL
Instiga-me o inusitado
Tudo o que fuja da rotina
O que enlouquece e desatina
E nunca seja fato consumado
Irrita-me o ser superficial
Pois sua moral contamina
A hipocrisia que nunca termina
Pois a mediocridade é germinal
Alegra-me o ser o que se é
Pois só se é o que se tem a ser
O ser que não se confunde com o ter
Nem troca a mão pelo pé
Enerva-me a podre promiscuidade
O sexo pelo sexo e doentes proxenetas
E as crianças reféns desses futuristas
Que tem no antro social acuidade
Enoja-me essa moderna sociedade
Que do supérfluo tornou-se escrava
Do próprio olho não vê a trava
E só alimenta a criminalidade
LEILSON LEÃO