Meretriz.
Meretriz
Às Voluntárias da Pátria
Vestida de sonhos
Despida de vida
Segue em desatino
Pela avenida.
De um lado a outro
Deste quarteirão...
Vendendo prazeres;
Comprando aflição.
Na triste disputa,
De vencer o tempo...
Troca o alheio desejo
Pelo seu sofrimento.
No dia-a-dia...
Vai se consumindo
Explorada e usada
Vê seus sonhos ruíndo.
É a meretriz
Da boca do lixo
Menina-mulher
Perdeu seus caprichos...
Leva qualquer homem,
à sua intimidade...
tentando comprar,
Sua liberdade...
Que mais distancia,
Quanto mais passam os dias.
E só o que lhe resta...
É mais uma vez,
A fria avenida...
A triste amargura,
E a madrugada...
O sereno e a brisa,
Um coração solitário...
E o chão da calçada.
Didracus O´Alien
1980