Meretriz.

Meretriz

Às Voluntárias da Pátria

Vestida de sonhos

Despida de vida

Segue em desatino

Pela avenida.

De um lado a outro

Deste quarteirão...

Vendendo prazeres;

Comprando aflição.

Na triste disputa,

De vencer o tempo...

Troca o alheio desejo

Pelo seu sofrimento.

No dia-a-dia...

Vai se consumindo

Explorada e usada

Vê seus sonhos ruíndo.

É a meretriz

Da boca do lixo

Menina-mulher

Perdeu seus caprichos...

Leva qualquer homem,

à sua intimidade...

tentando comprar,

Sua liberdade...

Que mais distancia,

Quanto mais passam os dias.

E só o que lhe resta...

É mais uma vez,

A fria avenida...

A triste amargura,

E a madrugada...

O sereno e a brisa,

Um coração solitário...

E o chão da calçada.

Didracus O´Alien

1980

Rodrigo Di Freitas
Enviado por Rodrigo Di Freitas em 12/05/2008
Código do texto: T985920