Homo Vernissage

Homo Vernissage

Olho pela janela.

Lá fora o mundo me espera;

Enquanto eu espreito o mundo

comprimo em meu peito

o molde desta janela...

O molde!

fomos moldados ...

para sermos assim, ou assado

mas,

o mundo que está do outro lado,

não tem molde...

só a imensidão do infinito.

E, eu aqui preso,

restrito a minha figura de objeto,

que enfeita esta moldura...

como tantas outras figuras,

nas galerias da vida.

Quanta vontade de quebrar este vidro

E me jogar neste mundo...

numa aventura suicida

mas,

de repente a consciência,

da obrigação assumida...

“Homo Vernissage”

simples figura - nesta moldura instituida.

Michelangelo, Picasso, Da Vinci,

Joguem fora seus pincéis!!!

Enquanto deuses –

criaram maravilhas, presas em suas telas...

como eu e tantos outros,

criados por Ele...

[o maior dos artistas]

Estamos presos em nossos destinos.

Gostaríamos de ser eternos meninos,

correndo fagueiros na várzea...

atrás de um único objetivo,

a bola...

[ objeto concreto e palpável]

Não abstrato como os dogmas da vida.

Da vida que jaz...

emoldurada nestas telas,

pipocando aqui e ali...

num mundo imaginário

que o homem não ousa retocar

sob pena de estragar a obra divina,

sob pena de perder-se...

nas galerias da vida.

“Didracus O´Alien”

05-09-2002

Rodrigo Di Freitas
Enviado por Rodrigo Di Freitas em 05/05/2008
Código do texto: T976048