POBRE JOGADOR

POBRE JOGADOR

Surgiu no beco trançando as pernas

Como tantos desempregados

Vendo seus sonhos jogados

Em ilusões eternas

Fez da jogatina sua esperança

No carteado, numa mesa de bar,

Tentou a sorte, levou azar.

Perdeu o rumo, entrou na dança.

Pendurou as doses de aguardente

Iludindo o seu penar

A falsa face do jogar

A fraqueza ingênua da mente.

Pela madrugada procura a trilha do seu barraco

A nega, a muito já partiu.

Não agüentou, desapareceu, sumiu!

Hoje só lhe restou o barraco.

As curvas da favela suas pernas já conhecem

Dentro do peito vazio, a dor.

Piedade só do criador

Os pobres, os homens, todos o esquecem.

Jonas Barros
Enviado por Jonas Barros em 24/04/2008
Código do texto: T959806