QUANDO SE PERDOA
Não há poesia quando a alma desespera,
Quando o sorriso se esvai numa cratera...
Quando a dor é um pesadelo,
E o amor tem por ódio seu desvelo.
Não há poesia na dor que extrema tudo...
No porquê que indaga só e mudo
Em aflitas horas de tensão...
Nem há poesia no fel que alimenta
A ferida fatal rude e sangrenta
Das nossas ilusões.
Mas há poesia no perdão que ainda mudo
Silencia uma dor e apaga tudo
Em nosso coração.