À moda antiga
Quero ligar no meu tempo não consigo
Sou ainda à moda antiga... Lástima!
Ainda insisto na palavra amor...
É que, à moda antiga ainda sou.
Enterneço-me com coisas bobas
Não me ligo nestas coisas novas do meu tempo
Violência, ambição desmedida...
Ah... Ia me esquecendo...
Ainda sou à moda antiga!
Contento-me com as caretices da vida e
De um tempo que ficou...
Doce tempo inocente, preso em minha mente.
Ai... Sou ingênuo e indecente!
Ainda insisto na palavra amor!
É que à moda antiga ainda sou.
Sorrio sempre com o sorriso da criança
Não canso de ter esperança e,
Feito um tonto, espio a flor se deixar beijar
Pelo colibri travesso no meio do meu jardim
Ai de mim...
Ainda insisto na palavra amor
É queà à moda antiga ainda sou...
Que culpa tenho
Se a vaga quebra
Tão mansa na areia,
E molho os pés para sentir seu afago?
Que culpa tenho
Se o entardecer doura minhas tardes?
Se minhas mãos entrelaçam as mãos de minha amada?
E finjo não saber nada
Quando ela diz saber tudo de mim?
E há quem diga que eu sou romântico,
Por ser ingênuo esse meu canto
Bobagem... Eu só insisto na palavra amor.
Porque à moda antiga ainda sou.
Olympio Ramos