Infância Perdida/Meninas vendidas

Elas passeiam pelas ruas,

estão em todos os lugares:

nos hotéis, bordéis e motéis,

postos de gasolina, rodovias e bares

Também estão nas praias,

nas festas privadas,

ou sendo acompanhantes de algum político, empresário.

Certamente, alguém que se vendeu para o capitalismo e

hoje compra não somente os corpos, mas almas destas crianças e adolescentes.

Exploradas sexualmente, vêem sua infãncia dizimada, sonhos desfeitos.

Dores na alma, afinal o capitalismo também as transformou em mercadorias. E no mercado, toda mercadoria tem seu preço.

São leiloadas e, a remuneração é diretamente proporcional ao seu grau de miserabilidade: quanto mais miseráveis, menos valem. Há meninas que são pagas com biscoitos, sabonetes, perfumes.

A sociedade, leia-se nós, culpabilizamos a elas e a seus responsáveis. Em que pese o dever da família de proteger os seus membros menores, há que se responsabilizar um Estado que não cumpre o seu papel de colocar na agenda política a criança e o adolescente como prioridade absoluta, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Até quando ficaremos de braços cruzados vendo as nossas infantes serem ceifadas de um direito básico: ter uma infância protegida?

Sei que há alternativas e caminhos: precisamos olhar a nossa volta e verificarmos se do nosso lado, não há um explorador e uma criança explorada sexualmente. Sim, por que entre eles se estabelece uma relação de poder e dominação.

Precisamos discutir este tema nos diversos espaços que transitamos e com os recursos que dispomos. Este é um exercício de cidadania: ser um ser que faz algo para que o capitalismo selvagem e seus fiéis seguidores não acabem com uma geração, apenas por um perverso prazer de exercer o seu poder econômico sob alguém mais frágil.

PS: Se tiver interesse em aprofundar esta discussão terei o maior prazer, apesar da dureza do tema. Mas "você, eu, nós, podemos muito, podemos mais, Vamos lá fazer o que virá"