Alagados
Alagados
Alagados, moradores beira rios. Todos sonham com o dia Que não precisarão ficar ali. Pedras, porcos e ratos entram casa à dentro. E ela sobe aos poucos ou bem depressa disso depende o tempo e o volume das águas. Sempre o céu cinzento traz novo desalento a essa gente que vê suas vidas transformadas num momento. Parece absurdo, mas uma tempestade vem e outra também. Não há invento nem tempo que apresente algo novo a esse povo, que sofre as amarguras e os desalentos de perder seus bens e seus entes.
Que antes; eram“Gente”!
Hoje muitos deles já não têm mais identidade. Um povo que supera a cada dia suas mazelas, num desespero inerente e a busca constante de sobreviver aos ataques que a vida os obriga a enfrentar a cada dia que eles passam as margens dos rios, e da sociedade.
Mais uma eleição vem e com ela é servida mais uma porção da ilusão, de não mais passar fome e nem sofrer com tantas doenças. Inocentes acreditam no novo tempo e entregam a sua única força ao mais vil vilão. Seu voto inocente até mesmo por alguns dentes. Mas é somente por poucos dias e logo a esperança se esvai nas torrentes que os assombra novamente. Nada muda, mais um político se elege. E nada de novo realmente acontece.